Indo contra o que normalmente se espera de uma critica, onde primeiro se disserta a respeito do que esta sendo criticado, os porquês, e somente depois o critico aplica uma nota, ovo, estrela ou qualquer outra coisa que possa ser utilizada para quantificar o quanto à obra o agradou em uma determinada escala, farei hoje uma critica reversa, dando primeiro a nota e depois me utilizando dos argumentos. E a nota para esta obra é 2 (numa escala de 0 a 5)
A saga de T.H.White é com certeza uma das mais conhecidas obras literárias infanto-juvenis de todos os tempos e inspirou autores como C.S.Lewis ( As Crônicas de Nárnia) e J.R.R Tolkien ( O Senhor dos Anéis). Devido ao fato de 70% de tudo que já foi escrito neste gênero literário ter sido baseado nas obras de Tolkien e Lewis, White, por tabela, influenciou uma porrada de livros, além do fato de ser literatura básica para todas as obras posteriores que abordaram a história do Rei Arthur e seus Cavaleiros.
Mas você deve estar se perguntando: Lucas, se o cara é o fodástico rei supremo do universo infanto-juvenil, como você vai lá e dá 2 na obra master do cara ??? Eu explico pequeno padawan.
O meu problema com este livro é o mesmo que eu tenho com a maioria das mega produções de Hollywood: sabe quando você espera um ano inteiro pra assistir filmes como Avatar, e depois de horas na fila, pipoca gelada, coca-cola quente você finalmente assisti a bagaça e vê que não é nada daquilo que você esperava... Então foi isso que aconteceu.
Tive vontade de ler esse livro por anos, mas por se tratar de uma obra um tanto quanto cara, fui sempre empurrando a mesma com a barriga, mas agora, na era digital com e-books e tudo mais, eu não tinha mais um motivo para adiar a leitura.
Resumindo a história, a saga começa com um livro bem infantil ( A Espada na Pedra), onde Arthur é ainda um pivete que tem Merlin (um velho maluco que sabe tudo a respeito do futuro) como mentor. A saga de White vai desde Arthur passando por diversas transmutações que vão de peixinho dourado a águia (afim de apresentar a Arthur a natureza das mais diversas espécies), a retirada da famosa Excalibur da pedra e sua coroação como Rei da Inglaterra até a derrubada de seu reinado. O problema da história está, para mim, no fato de Arthur ser uma marionete na mão de tudo e todos. Desde Merlin, passando por Guinevere, Lancelot (que o venera como a um Deus no começo da obra e em menos de 50 paginas esta fornicando com a mulher dele). Aproveitando que eu citei a fornicação, outro ponto negativo do livro é o fato de no intervalo entre o 1º e o 5º livro, a história mudar de livro totalmente infantil (algo parecido com Vila Sésamo e Pintando com a Xuxa), para um baita dramalhão mexicano a lá Maria Del Bairro e outras pérolas do SBT (é um tal de um chifrar o outro, um ser corno manso do outro, irmão de um vingar a morte do irmão do outro que no final você nem lembra mais quem comeu o quê e quem matou quem).
Resumindo, o Arthur de White é um pacifista que deseja encerrar com uma era onde a única forma de justiça é a força, e no entanto o rei que na primeira obra da saga conheceu a natureza de todos os animais se esqueceu que a natureza de sua raça é a destruição dos mais fracos pelos mais fortes, não importando os meios. E assim, como na natureza humana, os ingênuos e fracos como Arthur acabam não passando de meros coadjuvantes em suas próprias histórias.


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